quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Dados de 12 mi de inscritos no Enem vazam na internet

Uma falha do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) permitiu acesso livre aos dados pessoais de 12 milhões de inscritos nas últimas três edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Até o fim da tarde de ontem, os estudantes cadastrados tiveram informações como nome, RG, CPF, data de nascimento e nome da mãe expostos em links abertos no site da entidade - a reportagem conseguiu acessar, por exemplo, dados e até as notas do filho do ministro da Educação, Fernando Haddad, que prestou a prova em 2009.


As listas eram de uso interno do Inep, responsável pela organização do Enem, e não deveriam estar disponíveis livremente. Os links davam acesso aos arquivos com todos os inscritos das edições de 2007, 2008 e 2009 sem a necessidade de senha. Os endereços já estavam fora do ar às 17 horas de ontem, depois de o Ministério da Educação (MEC) ter sido avisado da falha pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A reportagem foi alertada sobre o vazamento por técnicos de uma escola de 1.º e 2.º graus da Grande São Paulo, que pediram anonimato. Eles encontraram os endereços eletrônicos há cerca de quatro meses ao pesquisar no portal para ver se as notas dos alunos já haviam sido divulgadas. Para ter acesso aos dados, não foi necessário fazer nenhum trabalho de hacker, mas seguir links indicados no portal.

Como a relação continha ainda o número de inscrição no Enem, foi possível ter acesso ao desempenho individual dos candidatos, o que contraria o edital do Enem. O documento que traça as diretrizes do exame prevê o sigilo dos dados e ressalta que os resultados só poderiam ser divulgados "mediante a autorização expressa do participante". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dilma vai explorar temas sensíveis a Serra em debate

BRASÍLIA (Reuters) - A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira que procurará discutir no primeiro debate da disputa eleitoral temas relativos às áreas de segurança e educação.


Perguntada se estava preocupada em debater o setor da saúde com seu principal adversário, o ex-governador de São Paulo e ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB), ela assegurou que também tem interesse em debater o tema.

"A saúde é muito importante, sem dúvida tem que ser tema de debate. Mas, junto da saúde a gente tem que debater também educação e segurança. Aliás, porque são esses os temas que interessam à população", disse a ex-ministra da Casa Civil a jornalistas depois de visitar uma unidade da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.

O Estado de São Paulo enfrenta problemas na área de segurança pública, e Serra já se indispôs com professores da rede estadual. Além disso, o PT critica as políticas educacionais do governo paulista.

A candidata negou estar nervosa para participar de seu primeiro debate, já que nunca havia disputado um cargo eletivo. "Ao longo da vida, te asseguro que tive problemas muito mais graves do que um debate."

O debate será realizado na quinta-feira à noite pela TV Bandeirantes.

CRÍTICA AO FIM DA CPMF

Dilma antecipou alguns pontos de seu programa de governo para a área de saúde, assim como na véspera tratou do tema da educação. Disse estar preocupada especialmente com a atenção a "mães e filhos" e com o combate ao câncer.

Ela criticou o fim da CPMF, que teria retirado 40 bilhões de reais do setor, mas prometeu também uma evolução na gestão. Descartou, entretanto, discutir nova fonte de arrecadação para financiar a saúde.

"Ninguém pode achar que seja uma situação confortável tendo a saúde perdido 40 bilhões de reais", destacou.

"Nós teremos que fazer o possível e o impossível com os recursos que nós conseguimos obter no momento. A partir de agora, teremos que fazer um esforço para transferir recursos para a área da saúde ou recursos do Orçamento."

(Reportagem de Fernando Exman)

Maioria de roubos contra idosos no RN é praticada por familiares

Oitenta por cento das ocorrências registradas pelos idosos na Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso (Depi) são de desvios de proventos (quando alguém apropria-se indevidamente de dinheiro, bens e imóveis dos idosos), de acordo com o agente policial Eduardo Bezerra Peixoto, que foi chefe de investigação da Depi. A delegacia foi criada em outubro de 2009 e já registrou 137 boletins de ocorrência, número considerado alto, mas que está longe do número real de delitos cometidos contra idosos no RN.


Logo em seguida, vêm as queixas de agressão. Na maioria dos casos, os maiores infratores são os familiares, o que contribui para a subnotificação da violência. "O idoso tem medo de denunciar e prejudicar a família. Às vezes, o vizinho vem aqui, denuncia a agressão, mas o idoso não quer registrar a queixa. Nestes casos, o processo não é levado adiante e a gente fica de mãos atadas", explica. Se a violência doméstica praticada contra idosos no RN fosse registrada, os números apresentados pela Depi seriam bem maiores, avalia Eduardo.

Até bem pouco tempo atrás, a queixa mais frequente na delegacia eram os abusos cometidos contra os idosos no transporte público. Na maioria das vezes, o agressor era o próprio motorista que "queimava" paradas ou acelerava quando o idoso estava entrando no veículo. Segundo Eduardo, o quadro está mudando. Nenhum idoso prestou queixa contra motoristas de ônibus em julho. Quando o atendimento ao idoso era realizado pela Delegacia Especializada de Costumes (Dec-AI), os idosos iam até a delegacia, registravam queixa, mas depois voltavam atrás e pediam para o processo não ser levado adiante. Isso porque, segundo Eduardo, os idosos têm receio de denunciar o intrator, que na maioria dos casos, é o filho, a filha ou o neto.

Antes de se tornar chefe de investigação da Depi, Eduardo foi chefe de investigação da Dec-AI e explica que a unidade também era responsável por suporte na investigação de delitos contra os idosos. Mas devido à falta de infraestrutura, a Dec atendia apenas ocorrências de desvio de proventos. Com a criação da Depi, o idoso passou a ter uma delegacia especializada. Na avaliação de Eduardo, seria necessário construir uma rampa de acesso. A delegacia funciona na Central do Cidadão, na Avenida Rio Branco. Para chegar à sala, os idosos precisam subir dois lances de escada.

Atualmente, a Depi tem oito agentes, um escrivão e um delegado. Como o delegado e o escrivão precisam estar presentes em todas as audiências com vítimas e agressores, o número reduzido gera sobrecarga de trabalho. Para atender a demanda, na avaliação de Eduardo, seria necessário convocar mais um delegado e um escrivão. Para agosto, foram agendadas 82 audiências. Em setembro, só vai ter vaga após o dia 28. Quando a demanda é alta, delegado e escrivão chegam a realizar até cinco audiências por dia.

Queixas

Outubro a dezembro de 2009: 57

Janeiro a julho de 2010: 80

Por Andrielle Mendes, especial para o Diário de Natal

MEC confirma vazamento de dados de quase 12 milhões de inscritos no Enem

O Ministério da Educação confirmou hoje (4) o vazamento de dados de 11,7 milhões de estudantes que se inscreveram no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entre 2007 e 2009. Informações como o nome completo do aluno, o número da inscrição, a carteira de identidade, o CPF e o nome completo da mãe do candidato ficaram com acesso livre na tarde de ontem (3).


De acordo com a nota publicada hoje de manhã, os dados dos inscritos ficam armazenados em banco do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e são colocados em uma área reservada do site, liberada apenas para as instituições de ensino superior e secretarias de Educação que solicitarem as informações.

As instituições se comprometem a não divulgar os dados dos alunos e precisam de um nome do usuário e senha para ter acesso às informações. O acesso à área reservada do site do Inep está bloqueado e a direção do instituto informou que vai apurar as causas e as responsabilidades pelo vazamento dos dados.

Da Agência Brasil

Dilma arrecadou mais que Serra e Marina juntos

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Roussef, arrecadou mais do que a soma de doações recebidas por José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), segundo informações da primeira parcial da prestação de contas feitas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com o comando da campanha da ex-ministra, ela encerrou o primeiro mês da corrida presidencial com receita total de R$ 11,6 milhões. Já Marina declarou doações de R$ 4,65 milhões e Serra, R$ 3,7 milhões.


Adversário mais próximo de Dilma, as doações feita sem favor da campanha do tucano José Serra corresponde a menos de um terço da petista. Marina Silva, a terceira colocada nas pesquisas, superou Serra nas doações, e já conseguiu R$ 4,65 milhões para sua campanha presidencial. Desse valor, pelo menos R$ 1 milhão foi doado pelo vice de sua chapa, o empresário Guilherme Leal, o candidato mais rico do país, com fortuna declarada de R$ 1,2 bilhão.

No total, os três principais candidatos arrecadaram R$ 19,85 milhões. Isso representa 4,6% dos R$ 427milhões de gastos previstos por eles em toda a campanha, que dura no máximo mais três meses, caso ocorra segundo turno.

Os números apresentados ao TSE traduzem também a capacidade das equipes de cada campanha responsáveis por bater à porta de empresários. Os petistas já conseguiram captar 7,3% do que prevêem gastar: R$ 157 milhões. Já a campanha de Serra, que teve a maior previsão de gastos, de R$ 180 milhões, conseguiu doações de apenas 2% desse valor. Marina Silva, cujo valor da campanha foi avaliado em R$ 90 milhões, conseguiu 5,1% desse montante.

O prazo a primeira prestação de contas por todos os candidatos, coligações e comitês financeiros se encerrou ontem. A segunda parcial deverá ser entregue até o dia 3 de setembro. Embora todos sejam obrigados a informar quais foram os doadores (informando CNPJ ou CPF) e o modo como os recursos foram empregados, esses dados não são divulgados pelo TSE em função de uma proibição aprovada pelo Congresso Nacional.

A maior parte dos valores arrecadados pelos presidenciáveis veio de empresários e pessoas jurídicas. A doação vinda de pessoas físicas será viabilizada ainda este mês por meio da internet.

Da redação do DIARIODENATAL

Senado amplia licença-maternidade para 180 dias

A ampliação da licença à gestante de 120 para 180 dias recebeu o apoio da totalidade dos senadores presentes na sessão plenária de ontem. A mudança, prevista em proposta de emenda à Constituição (PEC 64/07) apresentada pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), foi aprovada em segundo turno e agora vai ao exame da Câmara dos Deputados.

A proposta — que altera a redação do inciso XVIII do artigo 7º da Constituição ¿ estende a todas as trabalhadoras o benefício que havia sido concedido pela Lei 11.770/08 às funcionárias das empresas que aderissem ao Programa Empresa Cidadã. Por essa lei, originada de projeto da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), as empresas que aderissem ao programa teriam benefícios fiscais.

A PEC foi aprovada em primeiro turno no esforço concentrado do dia 7 de julho. O resultado foi comemorado pelos senadores e pelo público presente nas galerias do Plenário.

Rosalba Ciarlini disse que a proposta foi a primeira que apresentou no Senado, fruto de suas observações quando atuava como médica pediatra.

— Via a angústia das mães quando tinham que voltar ao trabalho. Agora, a mãe vai voltar ao trabalho muito mais produtiva e tranquila, ao passo que a criança terá um desenvolvimento psíquico mais equilibrado e será um cidadão de paz — disse a senadora.

Consagração

O presidente do Senado, José Sarney, elogiou o valor social da PEC. Ele lamentou que o regimento imponha restrições à participação do presidente nas votações e disse que, do contrário, teria prazer em juntar seu voto ao dos demais.

— A emenda de Vossa Excelência recebeu uma verdadeira consagração dessa Casa — disse.

Diversos outros senadores ressaltaram os benefícios inerentes à ampliação do período de convivência entre a mãe e o bebê. A senadora Marina Silva (PV-AC) observou que a oportunidade de amamentação por mais tempo exclui a necessidade de alimentação precoce que expõe os recém-nascidos a diversas infecções.

— Há ganho emocional, ganho social e ganho econômico para o poder público, já que há perspectiva de diminuição de gastos com saúde pública ¿ disse Marina, que voltou de sua licença para participar do esforço concentrado.

Já Augusto Botelho (PT-RR), que também é médico, acrescentou que não é só leite que faz bem ao bebê, mas o contato físico com a mãe.

— Seis meses é o mínimo. As pessoas serão melhores se conviverem mais tempo com as mães — disse.

Aloizio Mercadante (PT-SP), por sua vez, lembrou que a ideia é meritória e que existe em muitos países, mas que será necessário reduzir outros gastos públicos para que mães e filhos não sejam prejudicados.

Segurança

Inácio Arruda (PCdoB-CE) observou que a votação foi acompanhada por assistentes sociais, que lotara
as galerias do Plenário e comemoraram o resultado.

— Todos têm conhecimento profundo da matéria e sabem do que estamos falando.

O que difere a proposta ora em discussão da Lei 11.770/08, que criou o Programa Empresa Cidadã, é que, no caso da legislação em vigor, a ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses vale para as funcionárias das empresas que aderirem ao programa, mediante incentivo fiscal. A PEC de Rosalba Ciarlini, por sua vez, torna a norma obrigatória para todas as empresas e instituições.

A autora argumenta ainda que a proposta visa garantir a segurança da mulher no mercado de trabalho.