segunda-feira, 2 de abril de 2012

Disputa em Fortaleza coloca irmão caçula e primogênito contra Cid Gomes

A disputa pela Prefeitura de Fortaleza divide os irmãos mais conhecidos da família Gomes e nomes mais influentes do PSB no Ceará: de um lado, o governador Cid Gomes prega a manutenção da aliança com o PT da prefeita Luizianne Lins; de outro, seu irmão mais velho, o ex-deputado federal Ciro Gomes, e o caçula da família, Ivo Gomes, chefe de gabinete do governo do Estado, defendem o fim da aliança com os petistas.

A base aliada da prefeita não se entende em torno do nome do candidato à sucessão municipal. Alguns nomes estão no páreo, mas a prefeita não esconde de ninguém seu favorito, o secretário de Educação do município, Elmano de Freitas. Sem nenhum mandato eletivo no currículo, Elmano sempre atuou nos bastidores e já foi advogado do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Cid já declarou que prefere o secretário estadual de Cidades, Camilo Santana.

Enquanto governador e prefeita, aliados nas últimas duas eleiçoes, não se entendem, o PSB tenta engordar o caixa de campanha. No último dia 23 de março, Ciro e Ivo participaram de um jantar. O partido arrecadou R$ 1,35 milhão.

No encontro, o primogênito da família disparou contra os petistas. “É isso mesmo? A Luizianne quer levar a debate público uma candidatura majoritária do responsável institucional por uma administração sob crítica generalizada da cidade? Quem é o candidato? De onde o senhor veio?”, disse Ciro.

O ex-deputado afirmou ainda que, apesar da insatisfação, deve seguir a orientação de Cid, mas foi irônico. “Se ele (Cid) disser: atenção pessoal, minha palavra é aliança, ele terá pouquíssimas defecções, ou nenhuma. Eu, por exemplo, me alinharei imediatamente, embora vá pedir a ele permissão para viajar para o estrangeiro”, disse.

Braço direito do governador, o irmão caçula, Ivo Gomes, usou o Facebook para expor seu descontentamento com a Prefeitura de Fortaleza. “Continuidade do atraso. Nem a pau, Juvenal. Continuidade de clientelismo? Já são 20 anos. Tá bom! Continuidade de governo de patota? Fortaleza tá grande demais”, declarou Ivo.

Eleições 2008

Em 2008, a disputa em Fortaleza também deixou os irmãos em lados opostos. Cid apoiou a reeleição de Luizianne, enquanto Ciro ficou oficialmente na oposição, apoiando sua ex-mulher, Patrícia Saboya (PDT). A desavença política afetou também nas relações familiares, como o próprio Cid revelou pouco tempo depois. Mas o governador manteve o discurso: tinha um compromisso já firmado com a prefeita, que o apoiou na disputa pelo governo do Estado em 2006. “Sou um homem de palavra e nada vai me fazer mudar isso”, disse na ocasião.

O cientista político Josênio Parente, da Uece (Universidade Estadual do Ceará), disse acreditar que aliança nacional entre os PT e PSB vai se repetir na capital do Estado. “Não podemos esquecer que a aliança nacional é o que liga de fato a relação PT-PSB. Claro que no plano local as tensões vêm à tona, pelas especificidades locais, já que cada um tenta se cacifar ao máximo nessa aliança. Mas o plano nacional, com o projeto de Brasil que esses dois partidos representam, deve prevalecer”, afirmou.

Parente não exclui, porém, a possibilidade de rompimento. “Lógico que se a situação chegar a um extremo, pode haver um rompimento, mas pode-se dizer que é uma situação que deve ser evitada, entre outras coisas, pelo Lula, que ainda terá um papel importante nessas negociações.”

Depois de Demóstenes, agora José Agripino tem nome envolvido em falcatruas


O MP-RN (Ministério Público do Rio Grande do Norte) encaminhou à Procuradoria Geral da República um depoimento do empreiteiro potiguar José Gilmar de Carvalho Lopes, no qual ele afirma que o senador e presidente nacional do DEM, José Agripino Maia, teria recebido R$ 1 milhão em dinheiro “vivo” para a campanha de 2010 no Estado. O senador, que desde terça-feira (27) é o líder do partido no Senado, nega veementemente a denúncia.
O depoimento do empresário --que é dono da construtora Montana, uma das maiores do Rio Grande do Norte-- foi dado em novembro de 2011, durante as investigações de um suposto esquema montado para manter o monopólio indevido nas inspeções ambientais veiculares no Estado, que poderia render R$ 1 bilhão aos acusados. Ao todo, 36 pessoas foram denunciadas e 27 tiveram a denúncia aceita --entre elas o suplente de Agripino Maia-- e se tornaram réus no processo da operação Sinal Fechado. As fraudes teriam sido realizadas com a participação de políticos, ex-governadores e servidores do Detran-RN (Departamento de Trânsito do Rio Grande do Norte).
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Fonte: Uol