quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Cão farejador indica que Joaquim e padrasto caminharam juntos até córrego, diz PM

Um cão farejador da PM (Polícia Militar) de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) foi usado na investigação do desaparecimento do menino Joaquim Ponte Marques, 3, registrado na madrugada desta terça-feira (5).
De acordo com o sargento Ary Gavazzi Junior, supervisor do canil da PM de Ribeirão, roupas do garoto foram dadas para o animal cheirar. Em seguida, ele começou a percorrer o trecho de cerca de 200 metros entre a casa da família, no Jardim Independência, e um córrego.
Reprodução
O menino Joaquim Ponte Marques, 3, que está desaparecido
O menino Joaquim Ponte Marques, 3, que está desaparecido
Depois, o procedimento foi repetido com roupas do padrasto do menino, Guilherme Raimo Longo. O animal fez o mesmo trajeto percorrido após cheirar as roupas de Joaquim.
"Eles fizeram esse mesmo percurso juntos", afirmou o sargento.
Ainda no final da tarde desta quarta-feira (5), a PM testará as roupas da mãe do garoto, Natália Mingoni Ponte, com o cão.
O procedimento está sendo acompanhado pela Polícia Civil da cidade, que já pediu a prisão temporária da mãe e do padrasto. A Justiça ainda não deu resposta à solicitação.
O delegado Paulo Henrique Martins de Castro não deu detalhes para fazer o pedido de prisão do casal. Disse apenas que foi feito para "auxiliar nas investigações" e que há contradições nos depoimentos de Natália e Longo.

PF e Receita desmontam fraude de R$ 1 bi

Depois de dois anos de investigação, uma operação da Polícia Federal e da Receita Federal desmontou nesta quarta (6) um esquema de fraudes tributárias que poderia gerar um prejuízo de R$ 1 bilhão.
Cerca de 300 empresas de 19 Estados estão sob investigação após serem identificadas como beneficiárias de irregularidades fiscais.
Na ação, chamada "Protocolo Fantasma", foram presas nesta quarta 11 pessoas suspeitas de integrar essa "organização criminosa".
Quatro delas eram funcionários do Serpro (empresa de processamento de dados ligada ao governo), alguns deles emprestados para prestar serviço à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Entre os presos estão ainda um consultor financeiro de uma empresa de grande porte do setor agrícola da região de Matão (interior paulista), contadores e advogados que atuavam como intermediários entre os clientes (as empresas) e os prestadores de serviço (os envolvidos no esquema). Outros 20 estão sob investigação.
A quadrilha inseria falsas informações no sistema eletrônico de controle de processos da administração pública para reduzir ou zerar dívidas que empresas tinham com o fisco, segundo a delegada Cecília Machado, do grupo de repressão a crimes cibernéticos da PF, coordenadora da operação.
Uma dessas informações eram créditos que não existiam --alguns eram até de ações que há anos estavam prescritas na Justiça.
Até o início desta noite, os policiais procuravam outros três envolvidos no esquema.
"Os funcionários recebiam entre R$ 5.000 e R$ 10.000 por cada inserção falsa no sistema. Já os intermediários cobravam um percentual de 12% a 20% sobre o total da dívida que a empresa conseguia reduzir", diz a delegada.
Até senhas foram roubadas por funcionários pelos envolvidos no esquema.
Um dos casos que mais chamou a atenção, segundo Fábio Ejchel, superintendente-adjunto da Receita Federal em São Paulo, foi de uma empresa que dizia ter R$ 320 milhões de créditos referentes a títulos públicos que datavam de de 1890 e 1900.
"São papéis sem valor algum. Não serviam nem para comprar um pãozinho. Datavam desde a época em que o Brasil era império", diz.
Além de títulos sem valor, os envolvidos no esquema usavam para abater as dívidas depósitos judiciais que não existiam e valores recolhidos que eram falsos.
Uma das fraudes foi batizada de "golpe do Darfinho" em referência à declaração que empresas fazem ao fisco.
"A empresa recolhia R$ 50 ou R$ 100 em uma guia, o chamado Darf, mas não especificava qual imposto estava recolhendo, Depois entrava na Justiça dizendo ter recolhido R$ 50 mil ou R$ 100 mil e cobravam nessas ações inclusive juros e correção monetária", afirma a delegada.
Os suspeitos devem responder pelos crimes de divulgação de segredo (quebravam o sigilo de potenciais clientes, empresas devedoras, para oferecer seus serviços), formação de quadrilha, corrupção, entre outros.