A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar – Fetraf-RN –
planeja trazer para Natal, no próximo dia 11, mais de dois mil
trabalhadores rurais, para participar da XI Jornada Estadual de Luta da
Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte. O destino dos 46 ônibus que
os trarão das mais diversas regiões do Estado será a Central de
Abastecimento da Agricultura Familiar, localizado na esquina entre as
avenidas Jaguarari e Mor Gouveia, para a concentração do movimento, que
acontece às 9h.
No local será realizado um protesto contra o fato de a Central,
inaugurada há cinco anos, nunca ter funcionado para que os agricultores
pudessem comercializar seus produtos. Depois, às 9h30, os trabalhadores
seguem em caminhada até a Governadoria, onde às 10h30 têm audiência
solicitada com o governador Robinson Faria.
Na pauta de reinvindicações, já encaminhada ao governador, estão
solicitações como instalação e recuperação imediata de 550 poços
tubulares já perfurados e a perfuração e instalação de novos 300 poços
em vários municípios; construção de novos açudes e barreiros de pequeno e
médio porte, além de limpeza e reforma dos já existentes, em parceria
com as prefeituras; despoluição do açude Eloi de Souza em Cerro Corá;
além da implantação de outros recursos para facilitar a convivência do
agricultor com o semi-árido, como a construção de barreiros de
trincheira lonados, barragens subterrâneas, cisternas calçadão,
mini-adutoras, entre outros.
A programação da Jornada se estende ao longo da tarde. A partir das 14h
os agricultores se concentram em frente ao INSS da Rua Apodi, no Centro
da Cidade e, em seguida, seguem em caminhada até a sede da Caixa
Econômica Federal na Rua João Pessoa, onde pretendem fazer um protesto
contra a demora no andamento dos processos do Programa Nacional de
Habitação Rural – PNHR. Segundo a direção da Fetraf, pelo menos 18
projetos já tiveram recursos liberados em Brasília, mas não tiveram
continuidade em nível local.
Eles estão solicitando uma audiência para as 15h30 com o gerente de
negócios e o superintendente da CEF para entregar uma pauta de
reivindicações que solicita, entre outros pontos, o encaminhamento dos
projetos que prevêem a organização de 50 grupos, cada um deles com 50
unidades habitacionais para atender à população rural. Em relação ainda
ao PNHR, os agricultores estão solicitando ao Governo do Estado recursos
na ordem de R$ 5 milhões como contrapartida para a construção de mil
casas populares em áreas rurais, sendo R$ 5 mil por unidade
habitacional.