terça-feira, 8 de novembro de 2011

Lupi está na mira da Comissão de Ética

Clique para AmpliarSão Paulo. Desafiado por expoentes do próprio partido, o PDT, e na mira da Comissão de Ética Pública da Presidência, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, pode ser o sétimo ministro a deixar o governo Dilma Rousseff (PT) e o sexto que pode perder o cargo por causa de denúncias de corrupção.


A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu ontem abrir processo preliminar contra o ministro e cobrar explicações sobre as denúncias. Lupi esteve no Palácio do Planalto em reunião com Dilma. Deputados disseram que ele "entrou mudo e saiu calado" do encontro.

Presidente licenciado do PDT, Lupi tem dez dias para prestar os esclarecimentos solicitados, segundo o presidente da Comissão de Ética Pública, Sepúlveda Pertence. Só depois de analisar a defesa é que será decidido se será aberto processo de investigação sobre o caso.

Cinco centrais sindicais divulgaram ontem um manifesto de solidariedade ao ministro alvo de denúncias que implicam assessores na cobrança de propina de organizações não-governamentais (ONGs) contratadas para oferecer cursos de capacitação. Para as entidades, Lupi está sendo vítima "de uma sórdida e explícita campanha difamatória e de uma implacável perseguição política, que visa a desestabilização do governo e o linchamento público do titular da pasta".

A presidente Dilma manifestou preocupação, em reunião no domingo com auxiliares, com a "fritura" de Lupi por correligionários após reportagem na revista Veja que envolve assessores do ministro.

Reforma

A intenção da presidente é manter Lupi no cargo até a reforma ministerial em 2012, mas o Planalto já tem dúvidas sobre a permanência dele diante da falta de apoio do próprio PDT.

A Executiva Nacional do PDT se reúne hoje, ao meio-dia, em Brasília, para avaliar as denúncias contra o ministro. A reunião, que contará com as bancadas dos deputados e senadores da sigla, foi convocada pelo próprio ministro.

Líderes do PDT, os deputados Antônio Reguffe (DF) e Miro Teixeira (RJ) vão hoje à Procuradoria-Geral da República pedir a abertura de inquérito na Polícia Federal para apurar as suspeitas. "As denúncias são gravíssimas", afirmou Reguffe.

VAGA DE ELLEN

Rosa Weber é confirmada como ministra do Supremo

Brasília. A ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Rosa Maria Weber Candiota foi indicada pela presidente Dilma Rousseff (PT) para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal com a aposentadoria, em agosto, da ministra Ellen Gracie.

Rosa Maria tinha como cabo eleitoral Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma Rousseff. Conforme integrantes do governo, Rosa Maria atende a requisitos tidos como essenciais para a vaga. É considerada discreta e não seria permeável a pressões, por exemplo, da opinião pública. A escolha foi fechada ontem pela presidente em reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A indicação será publicada hoje no Diário Oficial da União.

Depois, Rosa Maria será sabatinada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Se aprovado pela CCJ, seu nome será submetido ao plenário do Senado. Nascida em Porto Alegre, Rosa Maria tem 63 anos. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entrou para a magistratura em 1976. Em 1991, chegou ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e tomou posse no TST em 2006.