quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Partidos discutem pedido conjunto de afastamento

Senadores do DEM, PSDB, PSB, PT, PDT e alguns do PMDB se reuniram ontem de manhã para discutir a assinatura de um documento conjunto reafirmando o pedido de afastamento do senador José Sarney da Presidência do Senado.

A adesão do PSB ainda dependerá da anuência do líder do partido, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).À noite, o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), afirmou que seu partido não deve assinar a nota em conjunto com as demais legendas.

"Há diferença entre renúncia e afastamento", disse o senador, por meio de sua assessoria, à Agência Senado. Ele sublinhou que o PT defende o afastamento de Sarney para apuração de todas as denúncias contra ele.

O líder do DEM, José Agripino (RN), informou que 13 dos 14 senadores da bancada participaram da reunião.

A posição de manter o pedido de afastamento de Sarney da Presidência foi unânime, para que haja isenção nas investigações das denúncias e representações que se encontram no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

No conselho, informou o líder, o DEM votará pelo afastamento de Sarney.

À tarde, em Plenário, Agripino também salientou não defender a renúncia, e sim a licença de Sarney do cargo de presidente do Senado.

Demostenes Torres (DEM-GO), informou o líder do DEM, foi designado pela bancada para examinar as 11 peças que estão no conselho – denúncias e representações – a fim de verificar se não há posicionamentos jurídicos incorretos.

Caso o presidente do conselho, Paulo Duque (PMDB-RJ), resolva arquivar as denúncias e representações, disse Agripino, o DEM entrará com recurso ao plenário do conselho.

Se for indeferido, a bancada recorrerá ao Plenário do Senado.Na avaliação de Demostenes, Paulo Duque não tem competência para arquivar processos que configurem quebra de decoro parlamentar.

As representações referentes aos atos secretos, ressaltou, terão de ser investigadas.No que diz respeito à edição dos atos, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) defendeu a investigação também de gestões anteriores à de Sarney.

A decisão de investigar, enfatizou, é política.– Se é política, não vale para todos. Se é para valer para todos, vamos chamar também os outros no Conselho de Ética – disse.Sérgio Guerra (PSDB-PE) afirmou que não haverá possibilidade de superar a crise que atinge o Senado com José Sarney na Presidência da Casa.

Com o afastamento, ressaltou, Marconi Perillo (PSDB-GO) assumirá a Presidência, em cumprimento à Constituição e ao Regimento Interno, para realizar a transição entre o atual e o futuro presidente eleito.

O parlamentar também condenou a discussão em Plenário entre os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL) com Pedro Simon (PMDB-RS). Na opinião de Guerra, "os brasileiros merecem respeito pela figura pública de Pedro Simon".

Também o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) comentou a discussão.– Mais uma razão para eu achar que o senador Sarney deve renunciar: são os amigos dele – afirmou.Cristovam disse que, apesar de a posição do PDT ser pela renúncia de Sarney, o partido vai apoiar o afastamento do presidente do Senado.

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