Será que finalmente vamos ter uma reforma política? Já ouvimos tanto  essa história. Nós, jornalistas, somos céticos por profissão. E temos  bons motivos: estou há 35 anos em Brasília e ouço falar da necessidade  de reforma política nos últimos 25 anos.
Marco Maciel é pioneiro. Passou oito anos com a força de ser  vice-presidente da República e nada conseguiu, além de 16 anos no Senado  e nada. Agora ele não está mais no Senado, que teve uma comissão assim  há 12 anos e não deu em nada. Ao todo, 70 projetos estão por lá e nada. A  Câmara também trata disso há anos.
A reforma política tem servido para tratar intenções de manter um  sistema que, bem o mal, vai garantindo a carreira dos políticos bem ou  mal representados. A comissão tem dois ex-presidentes da República –  Collor e Itamar – e o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, entre  outros.
A grande pergunta, depois do advento da mobilização da ficha limpa, é:  você, eleitor, que os nomeia pelo voto e os sustenta com seus impostos  vai deixar que decidam por você? Voto obrigatório ou facultativo, o que  você prefere? Voto proporcional ou voto distrital? Distrital misto ou  puro? Lista fechada?
O que você quer que aconteça com quem você elege num partido e ele  passa para outro? E com um mandato que você deu para alguém apoiar o  governo, mas ele passa para a oposição e vice-versa? E o dinheiro para  sustentar a campanha deve vir dos seus impostos, ou dos filiados do  partido, ou de gente que contribui para comprar mandatos?
Reforma política não é para beneficiar mandatários. É para tornar os  mandantes mais próximos de seus representantes, ou seja, tornar os  eleitores mais bem representados. Se é para piorar, melhor deixar como  está. Uma reforma política é algo muito sério para ficar só nas mãos dos  políticos.
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