segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Reforma política serve para tornar eleitores mais bem representados

Será que finalmente vamos ter uma reforma política? Já ouvimos tanto essa história. Nós, jornalistas, somos céticos por profissão. E temos bons motivos: estou há 35 anos em Brasília e ouço falar da necessidade de reforma política nos últimos 25 anos.
Marco Maciel é pioneiro. Passou oito anos com a força de ser vice-presidente da República e nada conseguiu, além de 16 anos no Senado e nada. Agora ele não está mais no Senado, que teve uma comissão assim há 12 anos e não deu em nada. Ao todo, 70 projetos estão por lá e nada. A Câmara também trata disso há anos.
A reforma política tem servido para tratar intenções de manter um sistema que, bem o mal, vai garantindo a carreira dos políticos bem ou mal representados. A comissão tem dois ex-presidentes da República – Collor e Itamar – e o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, entre outros.
A grande pergunta, depois do advento da mobilização da ficha limpa, é: você, eleitor, que os nomeia pelo voto e os sustenta com seus impostos vai deixar que decidam por você? Voto obrigatório ou facultativo, o que você prefere? Voto proporcional ou voto distrital? Distrital misto ou puro? Lista fechada?
O que você quer que aconteça com quem você elege num partido e ele passa para outro? E com um mandato que você deu para alguém apoiar o governo, mas ele passa para a oposição e vice-versa? E o dinheiro para sustentar a campanha deve vir dos seus impostos, ou dos filiados do partido, ou de gente que contribui para comprar mandatos?
Reforma política não é para beneficiar mandatários. É para tornar os mandantes mais próximos de seus representantes, ou seja, tornar os eleitores mais bem representados. Se é para piorar, melhor deixar como está. Uma reforma política é algo muito sério para ficar só nas mãos dos políticos.

Nenhum comentário: