terça-feira, 23 de junho de 2009

Arthur Virgílio acusa ex-diretor de chantagear senadores

23/06/2009


Virgílio afirma que atos secretos existiram e serão conhecidos com anúncio de comissão
Senador faz críticas aos ex-diretores Agaciel e Zoghbi e pede a demissão delesEm um discurso que durou mais de duas horas, com dez apartes, Arthur Virgílio (PSDB-AM) acusou Agaciel Maia, ex-diretor-geral do Senado, de chantagear senadores com a divulgação de informações que podem comprometê-los.


Segundo Virgílio, Agaciel levou consigo, ao pedir demissão, arquivos de computadores onde estariam registros de pedidos feitos por senadores ao longo dos últimos anos, os quais agora são passados à imprensa para intimidar os parlamentares.


O senador chamou Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi (ex-diretor de Recursos Humanos) de "ladrões" e prometeu lutar para que eles sejam demitidos e presos, e não "apenas aposentados".


Para Virgílio, "se houver senadores faltosos por trás deles", devem ser denunciados ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, para um possível processo de punição. – Agaciel não faria essas coisas sozinho – opinou.


Os chamados atos secretos que vêm sendo denunciados pela imprensa, de acordo com o senador, "existiram mesmo", e eles serão conhecidos com a divulgação do resultado do levantamento feito por uma comissão de servidores.


Arthur Virgílio disse temer que o ex-diretor-geral tenha incluído nos atos secretos "alguma decisão que envolva algum senador, mesmo que o senador não saiba de nada".


Seriam atos para "futura chantagem", pois "Agaciel tem mestrado como chantagista", tudo "para aumentar o seu poder".


O senador conclamou o presidente da Casa, José Sarney, a "romper quaisquer laços com esta camarilha" e a "tomar atitudes que levem o Senado ao respeito da opinião pública outra vez".


Disse entender que, caso Sarney não dê mostras de que tomará tais medidas, ele "perderá as condições de governar a Casa".


Virgílio informou ter recebido telefonemas de jornalistas que perguntaram sobre a veracidade de informações que mencionavam gastos do Senado com sua mãe doente, sobre gastos com uma viagem a Paris, com a família, ou sobre um assessor contratado para trabalhar em Manaus.


Afirmou ter percebido que se tratava de informações deturpadas ou falsas passadas por pessoas ligadas ao ex-diretor Agaciel Maia, na tentativa de intimidá-lo.


– Essa camarilha está desesperada. Eles estão perdendo muito, não apenas o salário ou a aposentadoria: estão perdendo os contratos superfaturados, as licitações fraudulentas.


Estão perdendo e vão perder a capacidade de enriquecer ilicitamente, como enriqueceram ilicitamente às custas do Senado – sustentou.

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